"Que as luzes se acendam e que a gente possa brilhar*..." Brilhar no espetáculo da vida, e que nossa existência seja regada a muitos sucessos e nunca deixemos de lutar pelo que acreditamos... "Me atiro do alto e que atirem no peito, da luta não me retiro*..."
*Trechos de músicas dos artistas Vander Lee e Fernando Anitelli






segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Talvez entre pernas e lágrimas...



             Envolvido num calor quase surreal. Pernas entrelaçadas. Sussurros incontidos passeando lado a lado em um espaço tomado pela penumbra. Insanidade a flor da pele. Intensamente continuados confundindo-se em apenas um formado por duas metades. Da pele brotam lágrimas... Lágrimas forçadas. Resultado de toda a intensidade, de todo envolvimento e de todas as sensações compartilhadas ali. Olhos bailarinos olham-se. Todo o corpo dança ao som da música silenciosa que ecoa da ligação de dois corpos. Harmonia maior impossível.
            Entretanto a dúvida. Entretanto amor. Que parece necessário, mas parece não ser. Talvez eu não saiba se sei. Talvez ali entre pernas e lágrimas tudo seja necessário e desnecessário ao mesmo tempo. Talvez a música silencie e em seu silêncio torne-se audível. Talvez entre pernas e lágrimas o mundo pareça irreal, e nos de a sensação de ser real demais para não nos permitirmos embarcar nestas viagens. Talvez ali possamos libertar a alma pra que seja livre por onze minutos... Ou mais... Ou menos. Ou talvez ali, naquele exato momento banhado de plenitude, estejamos aprisionando-a completamente.
            A temperatura sobe, o corpo desce, em seguida sobe... Procura por espaço. Contorcendo-se.  Virando-se. Erguendo-se. Tudo fica ainda mais intenso, ainda mais alucinante, ainda mais irreal. A consciência torna-se uma passageira nesta viagem... E o corpo perde o controle, e os olhos se encontram e fogem e brilham... E o corpo se deixa cair. E tudo agora parece sublime... Parece?! A realidade penetra como uma faca em brasa e trás de volta toda a inquietude e o ceticismo. Ou não, a realidade nem sempre é tão perversa. E agora aquele ser que foi um, torna a ser... Dois?
            E agora, depois de tudo acabado parece não ter sido real... E foi?! Os olhares se cruzam e conversam em silêncio. Às vezes sorrisos, às vezes não. Palavras? Talvez! Ou será melhor...? Ouvi um barulho, vou ver o que é... Não era nada. Talvez seja eu mesmo pedindo socorro. Posso ir agora? Vou ficar um pouco mais! Não enxergo direito, liga a luz? A escuridão é brilhante... Preciso ir...

Di Alencar

4 comentários:

  1. Mais do que nunca, ao ler esse texto me senti ligada a vc... me desculpe se estou sendo chata ou... sei lá... as vzs as situações nos pegam de surpresa e nos deixam assim... meio sem rumo... e nesse sentimento sei que a única saída pra tomar um novo caminho, pra dar um sentido à todas as batalhas da vida, é estar com a pessoa que a gente ama...

    "Eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder sem enganos... é eu preciso dizer que te amo tanto..."

    ;)

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  2. Ei adorei o mistério do seu texto, achei super envolvente. Prende a atenção :D
    Gosto de textos assim.
    Seguindo õ/

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Ah, adorei também!
    Que lindo!

    "Talvez entre pernas e lágrimas o mundo pareça irreal, e nos de a sensação de ser real demais para não nos permitirmos embarcar nestas viagens".

    Sabe.. Eu tenho necessidade saber se algo é real.
    Isso me mata, me inquieta, come minha paz e me deixa louca. Eu vou descobrir.. Entre pernas e lágrimas eu vou descobrir.
    (Ah Di, tenho andando um pouco ausente mas é porque o tempo tá corrido, mas já já volto a ativa)

    :*

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