"Que as luzes se acendam e que a gente possa brilhar*..." Brilhar no espetáculo da vida, e que nossa existência seja regada a muitos sucessos e nunca deixemos de lutar pelo que acreditamos... "Me atiro do alto e que atirem no peito, da luta não me retiro*..."
*Trechos de músicas dos artistas Vander Lee e Fernando Anitelli






quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ansiedade




Ansiedade é um ácido! Ansiedade é um ácido! É corrosiva! Destruidora! Corrosão! Destruição! Queima... Desnorteia. Desordena. Corrói! Ansiedade é um ácido! Ansiedade é um ácido! Corrosão! Desatina. Desespera. Inquieta. Desnorteia! Ansiedade é um ácido! Um Ácido!

Di Alencar

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Tarde de Chuva




Chove! Onde estou faz frio, mas não incomoda... Nada me incomoda! Sinto-me como uma “bela reticência”. Por falar nisso, em reticência, como é intrigante esse sinal. Pode conter tanta informação e nenhuma ao mesmo tempo. E por estar quando reticências, tenho sido nada que de tudo um pouco tem. Sou o não sentir que é sentimento disfarçado de não ser. Sou brisa forte que não molha e que inunda, transborda, seca e resseca de umidez. Reticências, isso sim! Lá fora chove. Aqui dentro o frio frustrado não me toca. Lá fora chove! Reticência não encerra. Prolonga... Adia e prolonga... Chuva não cai. Escorre do céu, prolonga-se até o chão. Sou quando chuva, chuva reticente. Porque sou tudo e nada. Sem cair completamente, por prolongar-me em meio ao chão como água que corre, que escorre, que vai e que fica. Que se renova. Chuva reticente... Achei legal!


Di Alencar

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Da desgraça de ser imprestável








"Tenho nojo do meu eu. Enjoa-me o simples pensar em mim. O ser-eu é repugnante. Já não me reflexo mais, porque não me suporto. Tenho nojo do meu eu. Minha imprestabilidade me leva a querer cuspir em mim. Enojo todos os meus defeitos... E também minhas qualidades, pois são hipócritas e nojentas. Tentam convencer-me, remeter-me, salvar-me. São inúteis, assim como eu! Tentam esconder-me verdades impossíveis de se esconder. Esfrega-se a verdade em minhas fuças. E ela vocifera continuamente: ‘IMPRESTÁVEL’... Tenho nojo do meu eu. Porque macula a existência meu existir! Toda essa podridão, e imprestabilidade, e hipocrisia, covardia! E a vida sussurra em meus ouvidos: ‘covarde imprestável’. É inútil ser imprestável. Sou de uma inutilidade faraônica. Tenho nojo do meu eu. Minha imprestabilidade leva-me a querer cuspir no meu existir. Leva o mundo a querer cuspir em mim. Tenho nojo do meu eu. Simplesmente tenho nojo. Porque ser imprestável é nojento."


Antero D'Sousa

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ê vida...




É que em um dado momento da vida nos acabamos estabelecendo um pacto de mediocridade, um finge que fala a verdade, o outro finge que acredita. A gente mente, trai, engana, desrespeita... E depois olha no olho, sorri, beija, e diz que se importa. Não que não queiramos ser sinceros, é que por vezes não conseguimos... Vidinha sem vergonha essa que a gente leva. E a gente chora por, e sorri com. Ama e odeia no mesmo minuto. Mente pra não magoar, e magoa por mentir... Vidinha dissimulada essa que a gente leva. E a gente acostuma a viver assim, não deveria, mas acostuma. E perde a vergonha, o orgulho, o amor próprio. E nem se da conta disso... E a vai vivendo assim! Vidinha conformada que a gente leva... Vai perdendo a razão, a compaixão, e encontra a amargura, a angustia, o desamor... Junta tudo numa caixa e esconde lá naquele cantinho que só a gente consegue achar. E finge que nada aconteceu, sofre calado(a) e não admite aprende a sorrir quando quer chorar e segue em frente... Vidinha irônica essa que a gente leva!


Di Alencar

terça-feira, 12 de junho de 2012

Se




“Se meu corpo virasse sol, se minha mente virasse sol, mas só chove e chove...”

E venta tanto por aqui, e tudo que está no varal quando não molha o vento leva. E se a chuva passa e o sol da o ar da graça, o que estava molhado, seca e resseca e o pouco que permaneceu enxuto não resiste e queima... Sobra tão pouca às vezes. Se tudo virasse sol, e se houvesse um filete que fosse de sombra, e se, e se, e se... Tudo que planto ou queima ou resseca, ou fica submerso em um mundaréu de água! Se tudo fosse sol, e se houvesse sombra, e se não chovesse tanto, e se, e se, e se... Se eu tivesse pra onde ir talvez, um lugar alto onde toda a água que chove escorre impedindo de alagar, onde o sol é forte mas o frio alivia o calor, onde o vento é forte mas  é arrefecido pelas árvores. Se tudo fosse sol, e se houvesse sombra, e se não chovesse tanto, e se o vento não fosse tão forte, se houvesse pra onde ir, e se, e se, e se...






Di Alencar

domingo, 10 de junho de 2012

Tin Tin




Um brinde a mais sincera ignorância, ao mais velado desespero, ao insensato desapego, a dor voraz do abandono, e a corrosiva afetação de arrepender-se em desespero. Brindemos todos reunidos a toda nossa hipocrisia, a destemida covardia e ao insensato desamor.

Brindemos nossa falta de bom senso, nossa crueldade, e toda falta de compaixão. Brindemos a violência gratuita do dia-a-dia, nosso aprisionamento involuntário... Um brinde a autodestruição! Vamos brindar à apatia, o preconceito, a acomodação, as noites em claro, a angustia, e brindemos também a ausência de perdão. Brindemos hoje a vida que não vivemos, as escolhas que não escolhemos, brindemos a nossa dor! Brindemos as fracasso e ao sucesso, ao sorriso, ao pranto, ao dia que nunca terminou. Brindemos a rima que não se encaixa, ao talento que nunca existiu, a beleza que nunca tivemos um brinde a tudo que nunca existiu.

            Brindemos hoje a vida seja ela como for. Brindemos todos neste momento, porque simplesmente tanto faz!



Di Alencar