"Que as luzes se acendam e que a gente possa brilhar*..." Brilhar no espetáculo da vida, e que nossa existência seja regada a muitos sucessos e nunca deixemos de lutar pelo que acreditamos... "Me atiro do alto e que atirem no peito, da luta não me retiro*..."
*Trechos de músicas dos artistas Vander Lee e Fernando Anitelli






sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Só mais um desabafo!






Olha o último mês do ano chegando ai. E com ele parece vir também um sentimento que já vi muitas pessoas descreverem, mas sem ser pessimista nem nada, eu não me familiarizei ainda. Concordo que é um período que inspira reflexões, o repensar, reprogramar, redefinir... Só não entendo porque só agora? Porque não todos os dias? Mas desde que me entendo por gente vejo todo esse clima a essa época (e confesso, algumas luas atrás ter sido contagiado por ele), e as promessas, e toda determinação etc. e tal... E quando todo esse frisson passa, a maioria volta a ser e viver como antes, salvo raras exceções.
            E já pararam pra perceber que nesse período todo mundo passa a se amar? Somos extremamente simpáticos e receptivos com todos que encontramos, embora GERALMENTE tenhamos passado o ano inteiro sem, muitas vezes, sequer notar alguns dos "novos afetos"... E o Natal se vai, em seguida o Ano novo e novamente passamos a nos "desperceber" lenta e gradativamente. E esse ciclo realmente me preocupa!
            Ai você diz: “p@#$*, mas que cara pessimista”... Repito, não sou. Ou melhor, não sou tanto assim. Também tenho esperanças, metas, projetos, que quer queira ou não se avivam principalmente ao final do ano, mas acredito que meus poucos anos de vida me ensinaram que um tapinha nas costas nas noites comemorativas não redimem você dos dias e dias em que, nem se quer um bom dia você deu a seu vizinho ao encontrá-lo pela manhã, ou aquela pessoa que senta ao seu lado no ônibus todo santo dia e você não sabe se quer o nome, ou mesmo aqueles que você simplesmente ignora porque não vai muito com a cara. Esses tapinhas nas costas e sorrisos (muitas vezes forçados) não fazem de você alguém melhor, muito menos nem pior, então melhor evitá-los quando for possível. Por isso, a algum tempo resolvi deixar de querer ser O altruísta e resolvi pisar no chão.
            Não sou pessimista (repito), apenas procuro me poupar de ser cínico também nesse mês, já bastam todos os outros!



Di Alencar

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Mais uma Dose!



“Aê! Garçom! Traz aqui pra mim... Mais uma dose, é claro que eu to afim!”

Ei, garçom... Traz mais uma dose de felicidade, com uma gotinha de prazer! Uma dose de amor e uma porção de carinho pra acompanhar. E façamos um brinde! ‘Vamu beber’, como dizem por ai. Vamos nos embriagar de felicidade. Tomar um porre de compreensão, compaixão, comprometimento, amor ao próximo. Vamos todos encher a cara de sorrisos, e porque não de lágrimas quando necessário. Vamos tomar todas... As lutas, as rédeas, as chicotadas, as responsabilidades em nossas mãos! Bebamos vida... E que a vida nos beba também... Vamos nos embriagar todos os dias, com o sol pela manhã, com o barulho da chuva no fim de tarde, com a lua, com as estrelas, com as pessoas que fazem nossos dias melhores (ou no mínimo mais suportáveis)... Tomemos um porre, como nunca, de encantamento pela vida, pelo viver, pelo ser, pelo estar, pelo existir! Vamos nos embriagar, e que a ressaca seja terna...


Di Alencar


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ansiedade




Ansiedade é um ácido! Ansiedade é um ácido! É corrosiva! Destruidora! Corrosão! Destruição! Queima... Desnorteia. Desordena. Corrói! Ansiedade é um ácido! Ansiedade é um ácido! Corrosão! Desatina. Desespera. Inquieta. Desnorteia! Ansiedade é um ácido! Um Ácido!

Di Alencar

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Tarde de Chuva




Chove! Onde estou faz frio, mas não incomoda... Nada me incomoda! Sinto-me como uma “bela reticência”. Por falar nisso, em reticência, como é intrigante esse sinal. Pode conter tanta informação e nenhuma ao mesmo tempo. E por estar quando reticências, tenho sido nada que de tudo um pouco tem. Sou o não sentir que é sentimento disfarçado de não ser. Sou brisa forte que não molha e que inunda, transborda, seca e resseca de umidez. Reticências, isso sim! Lá fora chove. Aqui dentro o frio frustrado não me toca. Lá fora chove! Reticência não encerra. Prolonga... Adia e prolonga... Chuva não cai. Escorre do céu, prolonga-se até o chão. Sou quando chuva, chuva reticente. Porque sou tudo e nada. Sem cair completamente, por prolongar-me em meio ao chão como água que corre, que escorre, que vai e que fica. Que se renova. Chuva reticente... Achei legal!


Di Alencar

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Da desgraça de ser imprestável








"Tenho nojo do meu eu. Enjoa-me o simples pensar em mim. O ser-eu é repugnante. Já não me reflexo mais, porque não me suporto. Tenho nojo do meu eu. Minha imprestabilidade me leva a querer cuspir em mim. Enojo todos os meus defeitos... E também minhas qualidades, pois são hipócritas e nojentas. Tentam convencer-me, remeter-me, salvar-me. São inúteis, assim como eu! Tentam esconder-me verdades impossíveis de se esconder. Esfrega-se a verdade em minhas fuças. E ela vocifera continuamente: ‘IMPRESTÁVEL’... Tenho nojo do meu eu. Porque macula a existência meu existir! Toda essa podridão, e imprestabilidade, e hipocrisia, covardia! E a vida sussurra em meus ouvidos: ‘covarde imprestável’. É inútil ser imprestável. Sou de uma inutilidade faraônica. Tenho nojo do meu eu. Minha imprestabilidade leva-me a querer cuspir no meu existir. Leva o mundo a querer cuspir em mim. Tenho nojo do meu eu. Simplesmente tenho nojo. Porque ser imprestável é nojento."


Antero D'Sousa

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ê vida...




É que em um dado momento da vida nos acabamos estabelecendo um pacto de mediocridade, um finge que fala a verdade, o outro finge que acredita. A gente mente, trai, engana, desrespeita... E depois olha no olho, sorri, beija, e diz que se importa. Não que não queiramos ser sinceros, é que por vezes não conseguimos... Vidinha sem vergonha essa que a gente leva. E a gente chora por, e sorri com. Ama e odeia no mesmo minuto. Mente pra não magoar, e magoa por mentir... Vidinha dissimulada essa que a gente leva. E a gente acostuma a viver assim, não deveria, mas acostuma. E perde a vergonha, o orgulho, o amor próprio. E nem se da conta disso... E a vai vivendo assim! Vidinha conformada que a gente leva... Vai perdendo a razão, a compaixão, e encontra a amargura, a angustia, o desamor... Junta tudo numa caixa e esconde lá naquele cantinho que só a gente consegue achar. E finge que nada aconteceu, sofre calado(a) e não admite aprende a sorrir quando quer chorar e segue em frente... Vidinha irônica essa que a gente leva!


Di Alencar

terça-feira, 12 de junho de 2012

Se




“Se meu corpo virasse sol, se minha mente virasse sol, mas só chove e chove...”

E venta tanto por aqui, e tudo que está no varal quando não molha o vento leva. E se a chuva passa e o sol da o ar da graça, o que estava molhado, seca e resseca e o pouco que permaneceu enxuto não resiste e queima... Sobra tão pouca às vezes. Se tudo virasse sol, e se houvesse um filete que fosse de sombra, e se, e se, e se... Tudo que planto ou queima ou resseca, ou fica submerso em um mundaréu de água! Se tudo fosse sol, e se houvesse sombra, e se não chovesse tanto, e se, e se, e se... Se eu tivesse pra onde ir talvez, um lugar alto onde toda a água que chove escorre impedindo de alagar, onde o sol é forte mas o frio alivia o calor, onde o vento é forte mas  é arrefecido pelas árvores. Se tudo fosse sol, e se houvesse sombra, e se não chovesse tanto, e se o vento não fosse tão forte, se houvesse pra onde ir, e se, e se, e se...






Di Alencar

domingo, 10 de junho de 2012

Tin Tin




Um brinde a mais sincera ignorância, ao mais velado desespero, ao insensato desapego, a dor voraz do abandono, e a corrosiva afetação de arrepender-se em desespero. Brindemos todos reunidos a toda nossa hipocrisia, a destemida covardia e ao insensato desamor.

Brindemos nossa falta de bom senso, nossa crueldade, e toda falta de compaixão. Brindemos a violência gratuita do dia-a-dia, nosso aprisionamento involuntário... Um brinde a autodestruição! Vamos brindar à apatia, o preconceito, a acomodação, as noites em claro, a angustia, e brindemos também a ausência de perdão. Brindemos hoje a vida que não vivemos, as escolhas que não escolhemos, brindemos a nossa dor! Brindemos as fracasso e ao sucesso, ao sorriso, ao pranto, ao dia que nunca terminou. Brindemos a rima que não se encaixa, ao talento que nunca existiu, a beleza que nunca tivemos um brinde a tudo que nunca existiu.

            Brindemos hoje a vida seja ela como for. Brindemos todos neste momento, porque simplesmente tanto faz!



Di Alencar