"Que as luzes se acendam e que a gente possa brilhar*..." Brilhar no espetáculo da vida, e que nossa existência seja regada a muitos sucessos e nunca deixemos de lutar pelo que acreditamos... "Me atiro do alto e que atirem no peito, da luta não me retiro*..."
*Trechos de músicas dos artistas Vander Lee e Fernando Anitelli






quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Existenciamentos



Vivo por ai ladeando as existências que ‘criei’ pra mim. Tentando compartilhá-las, comungá-las, entende-las até. Entender é por vezes mais trabalhoso, então me dedico um tanto mais a ladear tudo, pra poder observar hora dessas. Numa passada de vista notei que existo em preto e branco... Sabe caminhante assim, sem rumar pra qualquer lado. Despreocupado, estanque, sem maior destacamento especial... Perambulante (realmente, tem dias que tanto faz)! Existo também em tons de sépia... Nostálgico, observante, apaixonado... Comtemplante! Ai tem dia que o vermelho me acena, e saímos por ai de mãos dadas manchando as outras cores, pra ver o resultado...  Dia desses me sujei de branco, pra ver no que é que dava. Será que alguém me viu? Tomara que não. Outro dia resolvi brincar de ser palavra, e fui de lá pra cá me escrevendo em tudo. Foi divertido! E é assim, acordo e elas me convidam pra uma nova viagem... Ontem fui música! Me cantei o dia inteiro, até perder a voz e adormecer... Hoje fui convidado a brincar de poesiar, achei legal! To palavreando tudo até agora... E percebi que a poesia limpa os olhos, coloriu meu dia logo cedo... Olhos coloridos ajudam a palavrear as coisas e as pessoas. Tive a idéia de acordar azul amanhã, e talvez eu acorde... Ou talvez tudo fique preto e branco... E se ficar eu não preocupo, porque hora dessas ‘alguém’ me acena e chama pra brincar... Seja como for eu vou por ai Ladeando meu existir e buscando uma forma de melhor vivê-lo... Talvez eu consiga!


Di Alencar


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Uma noite dessas...





Olhando pro céu essa noite me dei conta que há muito tempo não paro um pouco pra sentir a vida... Sentir o cheiro da noite, o som dos aplausos de minhas árvores vizinhas toda vez que a lua sai e sentir a força da lua (e cá pra nós, como e forte e maravilhosa a lua).  Olhei pro céu essa noite e o que vi foi a lua graciosa e solitária se aproximar daquela estrela numa tentativa talvez de conjecturar sobre o motivo do sumiço das suas companheiras. Fiquei a observar tentando ouvir sobre o que conversavam... Falavam baixo, não consegui ouvir. Perguntei pra lua onde tava todo mundo, ela não soube responder. E de repente me deu uma saudade daquele dia, aquele único dia em que acordei no meio da madrugada, sai de casa e olhei o céu ainda escuro... A imagem mais linda que meus olhos já viram... Senti-me tão privilegiado aquele dia, todas aquelas estrelas regidas pela lua que parecia maior naquela ocasião.  Ah que saudade da simplicidade do interior!

[...]

            Olhei através da janela essa noite e vi o céu todo pintado de solidão...



Di Alencar



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Tá difícil....




                      Ta difícil acomodar... O bem estar que a poesia me trás tá me faltando... O estomago embrulha, a cor perde contraste... Se você sente o mesmo quando olha pra esse mundo que a gente vive, pelo amor de Deus grite, mesmo que em silêncio caso contrario corre o risco de sufocar! É gente se matando por dinheiro por (pseudo) amor, por ódio, por interesse... A vida não tá valendo muito coisa por esses dias, tá ficando repetitivo nos meus textos, mas alguém me responda: quando nós vamos perceber que a vida (tanta a nossa quanto à alheia) é importante, e que precisamos valorizá-la acima de tudo? Quando é que nós vamos passar a nos respeitar e parar com essa mania inconsequente de se importar apenas com o próprio umbigo? Tô desenvolvendo um asco por telejornal e não vai demorar muito pra isso se transformar em intolerância... E não é só pelos telejornais, mas pela TV em geral (principalmente a aberta). Noventa por cento do que é transmitido hoje se resume a lixo, superficialidade e alienação. Vão drenando a capacidade que temos de nos organizar, de reivindicar e vai tudo sendo substituído por um comodismo revoltante... Porque povo desunido é mais fácil de ser vencido. Não tá tudo perdido, ainda existe uma fagulha acesa dentro de nós. Um bom exemplo foi a cena do hino nacional sendo cantado por quarenta mil vozes lá no mangueirão, foi realmente emocionante e chamou a atenção de todo o país, mas que tal se nós drenássemos aquela energia também para outros tipo de manifestações públicas? Se quarenta mil pessoas saíssem a rua todos de verde e amarelo cantando o hino e reivindicando o que nos é de direito, como educação de qualidade, saúde, moradia, segurança e tantas outras coisas que estão completamente sucateadas e esquecidas. E que fossem 40 mil no primeiro dia, e 100 mil no segundo e 500 mil no terceiro e 1 milhão e assim por diante... Garanto que alguém teria que nos ouvir! Façamos como os trabalhadores franceses em 2010, que diante das decisões arbitrárias do governo em relação as leis trabalhistas, saíram as ruas para protestar, primeiramente 5 mil, no dia seguinte já eram 50 mil e assim foram até que em poucos dias já eram milhões de trabalhadores nas ruas em protesto (pacifico sem quebra-quebra). E se fizeram ouvir! O governo se viu obrigado a recuar de suas decisões. Os correios estão em greve, os professores e os bancários também e o que é que o povo diz? Que é uma cambada de vagabundo que num quer trabalhar e ficam prejudicando os outros... Vamos ter um pouco mais de sensibilidade.  Fico indignado com estes que se deparam com manifestos populares e protestos e debocham ou fazem pouco caso, e não percebem o quão hipócritas e indiferentes estão sendo consigo mesmos, já todas essas questões são de interesse coletivo. Rogo pra que nunca percamos a esperança, pois so ela pra nos dar força pra continuar em momentos como esses.


"Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários..." Caio Fernando Abreu


Di Alencar