"Que as luzes se acendam e que a gente possa brilhar*..." Brilhar no espetáculo da vida, e que nossa existência seja regada a muitos sucessos e nunca deixemos de lutar pelo que acreditamos... "Me atiro do alto e que atirem no peito, da luta não me retiro*..."
*Trechos de músicas dos artistas Vander Lee e Fernando Anitelli






quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Uma noite dessas...




_ Oi minha branca, boa noite!
_ Tudo bem com você?
_ Está linda como sempre!
_ Estava com saudades. Desculpe por não ter parado pra conversar ontem, e que eu estava muito atarefado.
_ Por onde tem andado?
_A noite hoje está linda! Concorda? Você a torna ainda mais linda!
_ Seu silêncio é tão revelador... Você sabe que acho o silêncio encantador, mas o seu tem algo especial... Me diz muito mais que qualquer outro.
_ Uma noite dessas pensei em você, senti saudades.
_Parece que foi ontem que conversamos pela última vez.
_ Deitado em minha cama eu refletia sobre como nossa comunicação visual é eficiente.
_ Gostaria de ter a oportunidade de conhecê-la... Saber como você é de perto.
_ Fazer o que né?!  Existimos longe um do outro.
_Sei que não me entenderá mal, conhece meus sentimentos por você.
_ Lembra da última vez que conversamos? Entramos madrugada à dentro.
_ É ótimo estar com você!
_ Sei que você também gosta seu sorriso não te deixa mentir.
_ Alias, como você consegue ser sempre simpática? Eu fico admirado com a sua capacidade. Um dia você me ensina seu segredo?
_Bem, vou deixá-la descansar. Sei que ficará a noite e a madrugada por ai.
_ Hoje não poderei acompanhá-la, preciso acordar cedo. Alias, é provável que você ainda esteja ai quando eu estiver saindo de casa.
_ Então fique com Deus! Boa noite!
_ Até amanhã minha branca!
Di Alencar

terça-feira, 19 de outubro de 2010

...



Com os próprios dentes abri meu peito e com as mãos arranquei meu coração. Agora aqui está ele, pálido e pulsante. Quebradiço. Desfazendo-se. A dor é insuportável. É uma dor que dói realmente. Uma dor que faz sangrar, que dilacera. Palavras e palavras, uma dúzia delas ou duas. Pausa! Outro tanto... Queimam! Essas palavras queimam, doem. Meu peito dói, minhas palavras doem, garganta seca, ar pesado, olhos perdidos. Não se olham.
            Silêncio!
            Agora elas vêm como flechas flamejantes, e me atingem, e queimam ao mesmo tempo. Meu peito dói! Sinto vontade de gritar. Elas não nasceram para serem reveladas nem pronunciadas. Todos deveriam repudiá-las. Infelizmente não foi possível, elas foram ditas, precisavam ser ditas. Meu peito dói! Enquanto isso aquele pálido coração em minhas mãos parece se despedaçar... Escorre como areia entre meus dedos.
            Silêncio!
            Nunca o silêncio falou tão alto... Meu peito dói! E agora esse vazio. O que me falta? É verdade, ele está em minhas mãos, sangrando, chorando, parando. Já não o sinto mais. Aquela voz que trás o silêncio já se foi e agora meu peito dói, meu coração vazou entre meus dedos e já não me sinto mais. Já não sei mais porque sou. Já não sei mais se quero saber... Já não sei mais porque. Meu peito dói! Meu corpo dói! Minha cabeça dói... Meus olhos...
            Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas! Lágrimas...
            Silêncio...
            Essas palavras mudas que agora nascem em meio ao silêncio doem, sangram, desacordam... Meu peito dói, queima como se houvesse sido colocado brasa no espaço deixado pelo coração que ali esteve até pouco tempo. Escorreu entre meus dedos, e agora seu mal sucedido substituto flamejante queima dentro do peito... Por isso ele dói?!
            Silêncio... Lágrimas...
            Me perdoa?!?



Di Alencar

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Talvez entre pernas e lágrimas...



             Envolvido num calor quase surreal. Pernas entrelaçadas. Sussurros incontidos passeando lado a lado em um espaço tomado pela penumbra. Insanidade a flor da pele. Intensamente continuados confundindo-se em apenas um formado por duas metades. Da pele brotam lágrimas... Lágrimas forçadas. Resultado de toda a intensidade, de todo envolvimento e de todas as sensações compartilhadas ali. Olhos bailarinos olham-se. Todo o corpo dança ao som da música silenciosa que ecoa da ligação de dois corpos. Harmonia maior impossível.
            Entretanto a dúvida. Entretanto amor. Que parece necessário, mas parece não ser. Talvez eu não saiba se sei. Talvez ali entre pernas e lágrimas tudo seja necessário e desnecessário ao mesmo tempo. Talvez a música silencie e em seu silêncio torne-se audível. Talvez entre pernas e lágrimas o mundo pareça irreal, e nos de a sensação de ser real demais para não nos permitirmos embarcar nestas viagens. Talvez ali possamos libertar a alma pra que seja livre por onze minutos... Ou mais... Ou menos. Ou talvez ali, naquele exato momento banhado de plenitude, estejamos aprisionando-a completamente.
            A temperatura sobe, o corpo desce, em seguida sobe... Procura por espaço. Contorcendo-se.  Virando-se. Erguendo-se. Tudo fica ainda mais intenso, ainda mais alucinante, ainda mais irreal. A consciência torna-se uma passageira nesta viagem... E o corpo perde o controle, e os olhos se encontram e fogem e brilham... E o corpo se deixa cair. E tudo agora parece sublime... Parece?! A realidade penetra como uma faca em brasa e trás de volta toda a inquietude e o ceticismo. Ou não, a realidade nem sempre é tão perversa. E agora aquele ser que foi um, torna a ser... Dois?
            E agora, depois de tudo acabado parece não ter sido real... E foi?! Os olhares se cruzam e conversam em silêncio. Às vezes sorrisos, às vezes não. Palavras? Talvez! Ou será melhor...? Ouvi um barulho, vou ver o que é... Não era nada. Talvez seja eu mesmo pedindo socorro. Posso ir agora? Vou ficar um pouco mais! Não enxergo direito, liga a luz? A escuridão é brilhante... Preciso ir...

Di Alencar

O Encontro



Procurando me encontrar já tantas vezes me perdi. Tantas foram as vezes que talvez nem seja possível eu estar aqui construindo pensamentos. Talvez eu esteja ainda me procurando e continue ainda me perdendo. Quando tenho a sensação de que encontrei, percebo-me perdido outra vez.
            Tantas são os caminhos dentro de mim. Quem sabe seja esse! Ou esse aqui?!? Ou será...?!? Talvez eu esteja onde nunca procurei. Ou ainda é possível que eu esteja simplesmente aqui e baste apenas enxergar. Posso estar perdido em uma trilha de pistas falsas, mas... Sendo assim... Não! Não é possível, pois desse modo estaria sabotando a mim mesmo. Toda essa confusão é legitima, e alheios a ela meus dias seguem absurdamente harmônicos em meio a essa desarmonia desmedida. Assim como a utopia é necessária para que continuemos a caminhar, também necessário é que eu continue me perdendo, para poder sempre continuar buscando.
            Perco-me de mim todos os dias para que um dia eu consiga me encontrar.


Di Alencar

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sessão extraordinária... Ou algo do tipo!




Esse texto, provavelmente, foge completamente ao formato de todos os textos que aqui foram postados. Isso porque não encontrei forma de relatar e de gritar a minha revolta com a situação. Fico indignado sempre olho pra essa criança, não por ela é lógico, pois uma criança de três anos de idade não merece tal sentimento contra si. Minha cólera é com aquela pessoa que diz cuidar dos interesses desta criança. Eu preciso gritar pra quem quiser ouvir, ou escrever para quem desejar ler, a injustiça que é essa justiça brasileira.
Quem souber me responda como pode alguém que não tem condições de cuidar de si própria ser incumbida de cuidar de um ser tão frágil e que necessita de tantos cuidados específicos como uma criança. Sendo exposta a doenças, a maus tratos, a violência psicológica (porque viver naquelas condições é violência tanto física quanto psicológica contra qualquer ser humano).
Eu não consigo entender como é que SEMPRE, para ser fiel as palavras da especialista (advogada), a mãe tem vantagem em processos que envolvem o direito de cuidar de um pequeno ser. Uma pessoa equilibrada, responsável, que entende realmente o sentido do que é criar um filho enfrenta muita dificuldade quando necessita realizar essa tarefa. Agora você imagine uma pessoa volátil, permissiva, AUSENTE, e incoerente realizando este papel.
O que eu vejo hoje é uma criança confusa que tem dificuldades em entender esses dois mundos em que ela passa de uma criatura importante e amada a apenas mais uma contagem dentro de uma casa sem limites e sem o mínimo de harmonia. O que será desta criança no futuro? E de sua personalidade? Eu tenho medo quando penso nesse futuro. Sinceramente gostaria que fosse mais simples, mas infelizmente os fatos nos trouxeram até aqui.
É simplesmente angustiante ver uma criança sofrendo graves conflitos consigo mesma e não poder ajudar imediatamente, o que tenho podido fazer tenho feito constantemente... Converso, explico, procuro fazê-la entender o que acontece, entender que existem limites e que existe também respeito, mas o que me angustia é que em algum momento ela irá volta pra lá e continuar construindo esse conflito lamentável pelo qual ela sofre hoje. Como é possível alguém permitir (deliberadamente) que uma criança passe por uma situação como essa?
         Infelizmente a única coisa a fazer é continuar esperando que nossa injusta justiça decida o que é realmente melhor pra ela e não o que é mais conveniente.
Nota: Este é o primeiro texto deste blog que trata de questões que envolvem personagens de minha vida pessoal, espero que seja a última. Eu precisava registrar, ainda que superficialmente, alguns fatos dessa situação em algum lugar e entendo que este blog talvez seja um local adequado. Obrigado pela atenção!
Di Alencar

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Milhares de Sensações...



“Seus olhos e seus olhares”
Esses olhos tão singelos, cativantes, meigos, furtivos, tristonhos, eufóricos, bravos, desconfiados, inocentes, maliciosos... São tantos olhos e olhares. Eles falam você sabia? É eles falam! Como não se sentem enciumados os lábios, essa é sua função?
Você já imaginou se eles (os olhos) não falassem? Como seriam os olhares sem expressão? Eu sei! Já os vi assim. Completamente enegrecidos, sem brilho, sem vida, sem esperança, sem charme. É assustador velos nessa situação.
“Os olhos são a janela da alma”, isso sem dúvida é verdadeiro e tem mais, os lhos são o termômetro do estado de espírito. É possível ler nos olhos todos os sentimentos de uma pessoa. Por trás de um rosto mal encarado e firme existem inseguranças, fragilidades, medos, dúvidas e por mais que se busque mascarar, os olhos irão acusar.
Os olhos não são imparciais sempre toma partido, seja lá qual for a questão, mas é necessário analisá-los meticulosamente para perceber. Em contra partida existem também olhos extremamente sinceros, bastando olhar uma só vez para identificar em letras grandes sãs intenções.
Amo olhos e como eles olham e quando eles olham e tudo que eles olham e como diz Gabriel, o pensado, quando molham todos olham com o mesmo olhar. Existem também aqueles que olham, mas não vêem! Às vezes não vêem porque realmente não podem, outras vezes simplesmente porque não querem. Aqueles que não vêem por impossibilidade enxergam o melhor da vida e das pessoas, pois olham para dentro, não esbarram em máscaras.
“O pior cego é o que não quer ver”. Será? Acredito que pior mesmo são os que vêem e fingem não ver, pois isso se torna um câncer para a alma... Olhos observam, criticam, odeiam, amam, desprezam, desejam, recriminam, descriminam. 
Di Alencar

domingo, 3 de outubro de 2010

Saudade de uma amiga


Chamou minha atenção desde a primeira vez que a vi. Não me recordo o dia exato, eu ainda era criança e desde então passei a admirá-la. Passaram-se anos de admiração, até que em uma noite quente de um mês qualquer no ano de 2009, meus olhos se perderam em sua plenitude. Ela estava lá, branca e graciosa... Sentei e fiquei ali a observá-la pela janela do quarto, meus olhos percorreram todos os seus traços, suas curvas sinuosas desenhadas no céu.
            Tive a sensação que havia sido notado, mas acabei descobrindo ser apenas uma impressão. Deitei-me fitando-a com os olhos vitrificados, naquele momento não havia nada além dela em meus pensamentos. Qual a razão de tamanha admiração? Não encontrei respostas. Sentia como se estivesse imerso em uma realidade paralela, como se o tempo tivesse parado ali, naquele exato momento.
            Comecei a observar os milhares de pontos luminosos que a rodeavam, pensei que muitos deles já nem estavam mais lá de fato, que eram apenas fruto de uma viajem sem rumo de suas representações luminosas. Recostei minha cabeça e me permiti observar somente, com os olhos votados em sua direção. Quis dizer alguma coisa, mas a voz não saiu, então rabisquei alguma coisa em um pedaço de papel. Olhei pra ela com a intenção de ler, mas relutante desisti.
            Acabei por adormecer. Algum tempo depois ao despertar percebi que ela já estava lá no alto, no centro de toda aquela escuridão trazida pela noite. Parecia me observar, com um olhar risonho. E como brilhava aquele olhar... O brilho era tão intenso que afastou a escuridão do quarto. Adormeci novamente e lá pelas tantas da madrugada abri os olhos e percebi que não podia mais enxergá-la. Levantei, debrucei-me no parapeito da janela, e a vi. Estava ainda linda e reluzente.
            Fitei as árvores a minha frente e tive a impressão que assim como eu elas também estavam admirando a Beleza daquela Lua maravilhosa. De repente começaram a aplaudi-la incessantemente, regidas pelo vento que corria por entre elas como uma criança, soprando em suas folhas espessas. Voltei a olhar a Lua. Observei por mais algum tempo, então me despedi e voltei a dormir.
            Hoje estou aqui, recostado no mesmo local e são tantos os olhos a me observar. Parecem estar todos atentos ao menor movimento que faço. E agora me vem à cabeça uma questão: onde estará ela? Por quem estará sendo observada? Tenho saudades! Há muito tempo não a vejo...

Nota: Texto escrito no dia 16 de setembro de 2010, não ia colocar no blog mas acabei resolvendo postar. O texto a que me refiro acima, foi postado aqui mês passado, o titulo é   Lua, caso queiram conferir.
Di Alencar

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Aquelas Reflexões



Eu estava aqui com meus botões pensando em algumas coisas que são curiosas. A primeira delas é que se convencionou que devemos nos adequar a um clã/comunidade/tribo seja lá como você prefira chamar... Pergunta: por quê? Eu tenho direito de não querer fazer parte de nenhuma delas e de todas ao mesmo tempo, ou apenas de algumas. Eu decido, eu tomo essa decisão. Porque eu tenho que dizer que sou do reggae e não da MPB ou do rock ou do pop rock se gosto de todos esses estilos musicais? Identifico-me mais com uns do que outros é claro, mas isso não deve determinar quem sou. Entendo perfeitamente quem necessita ou prefere auto intitular-se dessa ou daquela tribo, mas eu não vejo a necessidade de estabelecer fronteiras.
A segunda é a impossibilidade (imposta) de admirar a beleza sem haver interesse sexual ou afetivo. Pergunta: porque cargas d’água eu não posso admirar a beleza de alguém sem que eu esteja afetivamente/sexualmente interessado? E se for ele o sujeito então, “cabou-se” tudo. A beleza é admirável... Percebam: ADMIRÁVEL: que é passível de admiração.  A beleza é admirável, portanto admirem-na. Simples assim.
A terceira é a acomodação com o que incomoda. Perguntas: porque não reinventar?  Porque tudo tem que ser como é? Porque nós temos que nos adaptar a vida e não a nossa vida ser adaptada pra nós? Resposta: Porque não queremos! Isso mesmo, se quisermos é possível. Reinvente! Transforme! Não é necessário mudar para transformar. Apenas remodele, reorganize, reformule.
Constantemente percebo, nas entrelinhas das relações cotidianas, que as pessoas estão inquietas e insatisfeitas com o rumo de suas vidas, do seu emprego, das suas relações sociais e/ou familiares, mas limitam-se a reclamar, ou pior, simplesmente aceitam e continuam vivendo insatisfeitos. Se todos soubessem o quanto isso faz mal para o coração e pra alma, todos nós transformaríamos nossas vidas.
Garanto que não é difícil (não é exatamente fácil, mas não chega a ser extremamente difícil), comece pelas pequenas coisas. Deixe de fazer a mesma coisa todo dia, ande por outras ruas, sente em outra mesa, ou em outra posição na mesma mesa, converse com outras pessoas, sente noutro assento do ônibus. ADIMIRE a beleza das coisas e das pessoas. Desconstrua os muros que te impedem de vivenciar novas coisas (mesmo as que todos dizem não fazer parte de sua tribo). Não deixe que ninguém te diga o que serve ou não pra você, não deixe que te digam pra onde vai ou de onde vem, “a estrada é pra caminhar” e o caminho é você quem determina. “Você faz seu enredo”.
Permita-se, caminhe, construa, reinvente!
Di Alencar