"Que as luzes se acendam e que a gente possa brilhar*..." Brilhar no espetáculo da vida, e que nossa existência seja regada a muitos sucessos e nunca deixemos de lutar pelo que acreditamos... "Me atiro do alto e que atirem no peito, da luta não me retiro*..."
*Trechos de músicas dos artistas Vander Lee e Fernando Anitelli






domingo, 3 de outubro de 2010

Saudade de uma amiga


Chamou minha atenção desde a primeira vez que a vi. Não me recordo o dia exato, eu ainda era criança e desde então passei a admirá-la. Passaram-se anos de admiração, até que em uma noite quente de um mês qualquer no ano de 2009, meus olhos se perderam em sua plenitude. Ela estava lá, branca e graciosa... Sentei e fiquei ali a observá-la pela janela do quarto, meus olhos percorreram todos os seus traços, suas curvas sinuosas desenhadas no céu.
            Tive a sensação que havia sido notado, mas acabei descobrindo ser apenas uma impressão. Deitei-me fitando-a com os olhos vitrificados, naquele momento não havia nada além dela em meus pensamentos. Qual a razão de tamanha admiração? Não encontrei respostas. Sentia como se estivesse imerso em uma realidade paralela, como se o tempo tivesse parado ali, naquele exato momento.
            Comecei a observar os milhares de pontos luminosos que a rodeavam, pensei que muitos deles já nem estavam mais lá de fato, que eram apenas fruto de uma viajem sem rumo de suas representações luminosas. Recostei minha cabeça e me permiti observar somente, com os olhos votados em sua direção. Quis dizer alguma coisa, mas a voz não saiu, então rabisquei alguma coisa em um pedaço de papel. Olhei pra ela com a intenção de ler, mas relutante desisti.
            Acabei por adormecer. Algum tempo depois ao despertar percebi que ela já estava lá no alto, no centro de toda aquela escuridão trazida pela noite. Parecia me observar, com um olhar risonho. E como brilhava aquele olhar... O brilho era tão intenso que afastou a escuridão do quarto. Adormeci novamente e lá pelas tantas da madrugada abri os olhos e percebi que não podia mais enxergá-la. Levantei, debrucei-me no parapeito da janela, e a vi. Estava ainda linda e reluzente.
            Fitei as árvores a minha frente e tive a impressão que assim como eu elas também estavam admirando a Beleza daquela Lua maravilhosa. De repente começaram a aplaudi-la incessantemente, regidas pelo vento que corria por entre elas como uma criança, soprando em suas folhas espessas. Voltei a olhar a Lua. Observei por mais algum tempo, então me despedi e voltei a dormir.
            Hoje estou aqui, recostado no mesmo local e são tantos os olhos a me observar. Parecem estar todos atentos ao menor movimento que faço. E agora me vem à cabeça uma questão: onde estará ela? Por quem estará sendo observada? Tenho saudades! Há muito tempo não a vejo...

Nota: Texto escrito no dia 16 de setembro de 2010, não ia colocar no blog mas acabei resolvendo postar. O texto a que me refiro acima, foi postado aqui mês passado, o titulo é   Lua, caso queiram conferir.
Di Alencar

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