"Que as luzes se acendam e que a gente possa brilhar*..." Brilhar no espetáculo da vida, e que nossa existência seja regada a muitos sucessos e nunca deixemos de lutar pelo que acreditamos... "Me atiro do alto e que atirem no peito, da luta não me retiro*..."
*Trechos de músicas dos artistas Vander Lee e Fernando Anitelli






sábado, 12 de fevereiro de 2011

Liberté




Liberdade! Liberdade! Liberdade! Liberdade! O que seria realmente liberdade? O que fazer para conquistá-la? Como vivenciá-la? Como garanti-la?  Hoje, dia 11 de fevereiro de 2011 os telejornais anunciam: ‘Líder do Governo egípcio deixa o poder’. Pela manhã o Governo do Egito afixará finalmente e oficialmente a placa Em breve sob nova direção e diante de todo o frenesi causado por esse fato o povo finalmente percebe uma possibilidade real de alcançar a liberdade. Até que ponto?
Não sou um conhecedor profundo dos assuntos que envolvem política e principalmente em se tratando de política internacional. Ainda assim me atrevo a tecer alguns questionamentos... Estaria mesmo o povo egípcio caminhando rumo à liberdade? Liberdade política talvez sim!?! Mas seria isso suficiente? Não pretendo responder a todas essas perguntas, até porque não tenho as respostas, mas tenho algumas considerações para refletirmos.
Pensemos juntos! E agora pensemos a partir do que conhecemos, ou pelo menos deveríamos conhecer... O Brasil é um país livre? Oficialmente sim certo? Mas coloco agora um ponto de vista: nossos representantes são escolhidos por meio de votação popular e direta, portanto o voto é um direito segundo a constituição. E, em minha opinião um dever (com cara de obrigação)... Não me considero livre sob o prisma eleitoral desse modo.
A política sempre nos oferece infinitos exemplos (ou maus exemplos) seja qual for o tema, mas sigamos noutro sentido... O Brasil é um país livre! Porém cidadãos de bem que trabalham de sol a sol, pagam seus impostos e vive em comunidades (ou favelas como queiram) muitas vezes são obrigados a pagar taxas para nossos nobres milicianos, que se valem do treinamento que recebem para servir a população, para terem ‘segurança’ (mas se num pagar mete chumbo)... O Estado gastou alguns milhares de reais na formação desses policiais e paga a eles para que façam esse serviço, e eles cobram taxas de novo? E ainda matam que os contraria ou fica no seu caminho? Quem são os criminosos a final? Tô confuso! Ah, sem falar na taxa do gás, na porcentagem dos comerciantes... Liberdade? Sei não hein!?!
Ah, e o Pará? Faz parte do Brasil, um país livre e desse modo goza da mesma liberdade certo? Vejamos... Lembra do Chico Mendes? E da irmã Dorthy Stang? Mortos! Assassinados friamente, e por quê? Porque exerceram seu direito a  liberdade de expressão, a liberdade de poder lutar contra a impunidade e contra os desmandos dos senhores feudais da nossa ‘terra sem lei’. E onde estão os responsáveis por estes crimes? Livres? Como é possível? Ah é verdade... Estamos em um país livre, e aqui se você possuir dinheiro e influencia você pode fazer o que bem entender e continuar livre, pode violar o direito do próximo, inclusive o direito de viver. E depois ficar Livre para ir e vir e matar outras pessoas que ousem achar que tem o direito de contrariá-los e de enfrentá-los.
_ Quem é esse ai pra achar que tem direito de me enfrentar... Quem ele pensa que é pra achar que tem liberdade para desmascarar minhas falcatruas? Que absurdo! Tião, tenho um serviço pra tu!
            E Castanhal hein? Ah, Castanhal fica no Estado do Pará que por sua vez faz parte do Brasil, que é um país livre! Somos livres então! Eu não afirmaria isso com tanta certeza... Somos livres em partes. A criminalidade cresce numa velocidade assustadora em nossa cidade, a gente sai de casa apreensivo com a possibilidade de ser assaltado na rua, ou de voltar pra casa e não encontrar suas coisas, ou de entrar no banco e um trabalhador que deu duro o mês inteiro pra receber o salário que sustenta sua família ser chamado de vagabundo aos berros por um assaltante, e isso se esse trabalhador num for você. Tudo isso sem falar nos assaltos a ônibus e vans, ah as vans... Ontem três jovens fizeram algumas pessoas refém numa van aqui em Castanhal. Daquelas que só víamos na TV... Pois é, agora ta acontecendo por aqui também.
            Temos mesmo liberdade? Somos realmente livres? Jovens empunhando armas, roubando, matando... O Brasil, que é um país livre desde 1985 está formando uma juventude aprisionada, uma sociedade aprisionada e desacreditada diante de tanta corrupção, violência, impunidade... Aprisionados! Pergunto mais uma vez: somos realmente livres? Até quando viveremos assim?
            E você o que pensa dessa tal liberdade?

Di Alencar

2 comentários:

  1. Caro camarada Diego.
    Meu pitaco:
    A nossa "Liberdade" é tão representativa quanto o nosso processo eleitoral...
    Quantas vezes, em aula, falávamos que "Liberdade de escolha"? E quanto era difícil convencer nossos colegas que nossas escolhas realmente não são livre, mas determinadas socialmente e, socialmente, as determinações de uma sociedade capitalista são determinações de classe.
    No Egito? Bom... percebeu como os EUA andam falando "sem impressionar e sem se comprometer"? Afinal, apoiaram Mubarack durante estes 30 anos, por interesses absolutamente econômicos e imperialistas. Lá, a tal "democracia" não fazia falta...
    Vida Longa ao Blog do Dialencar!

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  2. Seu Marcelo...
    Estive pensando nessa questão dos Estados Unidos e se prestarmos um pouco de atenção logo percebemos como este país é maleável... Apoiaram o Governo Mubarack até o minuto anterior ao inicio das manifestações e de repente calaram-se, e como por um passe de mágica ressurgem com um discurso bonito de apoio a democracia. O que pensar disso hein (rs)!?? Desde aqueles momentos em sala essa pergunta ecoa em minha cabeça: somos realmente livres? E cada vez mais a resposta que se desenha fica mais próxima da história das determinações de uma sociedade canibalista ou capitalista, como queiram. É sempre bom receber suas visitas aqui em meu tão modesto espaço!
    Abraço.

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