Olha
o último mês do ano chegando ai. E com ele parece vir também um sentimento que
já vi muitas pessoas descreverem, mas sem ser pessimista nem nada, eu não me
familiarizei ainda. Concordo que é um período que inspira reflexões, o repensar,
reprogramar, redefinir... Só não entendo porque só agora? Porque não todos os
dias? Mas desde que me entendo por gente vejo todo esse clima a essa época (e confesso,
algumas luas atrás ter sido contagiado por ele), e as promessas, e toda
determinação etc. e tal... E quando todo esse frisson passa, a maioria volta a
ser e viver como antes, salvo raras exceções.
E já pararam pra perceber que nesse período
todo mundo passa a se amar? Somos extremamente simpáticos e receptivos com todos
que encontramos, embora GERALMENTE tenhamos passado o ano inteiro sem, muitas
vezes, sequer notar alguns dos "novos afetos"... E o Natal se vai, em seguida o
Ano novo e novamente passamos a nos "desperceber" lenta e gradativamente. E esse
ciclo realmente me preocupa!
Ai você diz: “p@#$*, mas que cara
pessimista”... Repito, não sou. Ou melhor, não sou tanto assim. Também tenho
esperanças, metas, projetos, que quer queira ou não se avivam principalmente ao final do ano,
mas acredito que meus poucos anos de vida me ensinaram que um tapinha nas
costas nas noites comemorativas não redimem você dos dias e dias em que, nem se
quer um bom dia você deu a seu vizinho ao encontrá-lo pela manhã, ou aquela
pessoa que senta ao seu lado no ônibus todo santo dia e você não sabe se quer o
nome, ou mesmo aqueles que você simplesmente ignora porque não vai muito com a
cara. Esses tapinhas nas costas e sorrisos (muitas vezes forçados) não fazem de
você alguém melhor, muito menos nem pior, então melhor evitá-los quando for possível. Por isso, a algum tempo resolvi deixar de querer ser
O altruísta e resolvi pisar no chão.
Não sou pessimista (repito), apenas procuro
me poupar de ser cínico também nesse mês, já bastam todos os outros!
Di
Alencar