A música é poesia, é canção, é versação, é tudo que existe representado em melodia... É sinônimo e subversão de idéias. Subverte-se diante de qualquer tipo de conformismo imposto, composto, transposto ou sobreposto. A música é meu telescópio gráfico! Através dela consigo ver as mais remotas galáxias deste tão vasto universo de palavras... Música expande os horizontes!
Música é microscópio também, microscópio de idéias... Permite-nos ver pr’além das palavras. Música arrebata! Música fermata! Música encanta! Música transborda, transcende, transfigura. Música significa um significado pra cada um! Música é poesia, é arte, é vida... Música é teatro, às vezes mágico às vezes não. Música me horizontaliza, me verticaliza, me internaliza! A música me define e me completa... Não faço música nem a domino, mas garanto que música é preciso!
E me diga: já parou pra ouvir a música urbana? E a música da natureza? Ouça a música das coisas, dos lugares, das pessoas! Desprenda-se dos conceitos que te dizem o que é isso ou aquilo... Aqueles que querem entender tudo. Já disse Manoel de Barros “entender é parede: sejamos árvores!”... Viva a música das coisas, dos lugares, das pessoas. Sinta música, viva música, seja música! Entende-la? Sim! Mas nem sempre, não o tempo inteiro... Às vezes é necessário apenas senti-la, vive-la! Seja árvore, parede é monótona. Ouça a música da vida pois “a altura do (seu) som é quase azul”!
Di Alencar